sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

EXPERIENCIAS ADQUIRIDAS NAS PALESTRAS

Preservando o anonimato das pessoas vou relatar nesse espaço experiencias vivenciadas em cada palestra: palavras, gestos, atitudes, situações em geral que de alguma forma acrescentaram ao meu ser e que imagino que poderia ser útil para os leitores desse blog.
Certa vez participei de um evento de três dias em POA onde vivi momentos de muita ansiedade pois tinha a expectativa, que outros colegas palestrantes, ouvissem minha exposição e tivessem a partir daí o interesse de trabalhar na minha "causa". O que eu aprendi? Que quanto mais ansioso eu busco alguma coisa menos probalidade ela tem de acontecer; que eu devo semear algo sempre com calma, que essa é a minha parte, porém a colheita não depende de mim e sim das outras pessoas, pois cada ser humano tem seu tempo. Além disso aprendi que algumas "causas" são minhas e que eu não devo projetar e nem transferir para os outros. Aprendi ainda, que tudo o que vem suave, simples e ao natural é o que vai dar certo; é aquela história do "cavalo que vai passando ensilhado". Se estamos "maduros, se estamos comprometidos com o bem, se o que desejamos vai beneficiar outras pessoas e parece que tudo está se proporcionando favoravelmente, acredite que espiritualmente você está sendo amparado para a "missão" é só ter fé e seguir adiante com seu projeto. Agora se tudo está dando errado, não se lamente, trate de crescer, de aprender, de evoluir com a situação, pois você não está pronto, não adianta brigar, rebelar-se e nem chorar como criança mimada. As coisas não acontecem só porque nós queremos, para ilustrar dou o exemplo do filho menor de idade que quer sair com o carro do pai e este diz: -Só quando você tiver 18 anos e carteira de motorista. Deus age assim, como um Pai sábio que nos dá as coisas na hora certa e de maneira adequada.

27/02/2012
Como palestrante eu sempre trazia comigo uma dúvida: Que poder tem a palavra? Fazer uma fala às vezes numa cidade distante, para um público heterogênio e de pessoas desconhecidas. Até que ponto conseguiria atingir e modificar a história de vida de alguém?
Disse, anteriormente, que era uma dúvida que trazia, pois vou dividir com vocês algumas experiências que me ajudaram a elucidar essa questão.
1º Caso: Há mais ou menos cinco anos, uma pessoa marcou consulta comigo e disse que, na verdade, não tinha nada grave, que tinha vindo para me conhecer e me agradecer por eu ter curado um familiar seu de uma depressão. Fato que ocorrera após seu familiar ter participado de uma palestra que proferira sobre esse tema. A pessoa em questão vivia, há muitos anos, paralisada por uma melancolia, devido a perda de uma pessoa que amava. Após a palestra chegou em casa e disse a família que tinha perdido muito tempo de sua vida deprimida e que daquele dia em diante iria mudar a sua postura e que não viveria mais depressiva. O interressante dessa história é que essa pessoa que marcou a consulta, veio agradecer-me três anos após a dita palestra. Quer dizer que foi uma mudança profunda e verdadeira, pois mesmo tanto tempo depois da mudança o familiar em questão continuava bem.
2º Caso:
Há aproximadamente um mês fiz uma palestra sobre dependência química, onde falei não apenas sobre drogas ilícitas, mas também sobre álcool e tabaco, questões físicas, espirituais e a importância do exemplo para a família e sociedade. Ao final da palestra estava atendendo o público e autografando meu CD, quando um senhor, que estava de mãos dadas com a esposa, pediu licença aos demais que estavam na fila e disse que embora tivesse comprado o CD, não iria esperar o autógrafo, queria apenas dar-me um presente. Naquele momento pensei: - Que presente ele teria para mim se nunca havíamos nos visto antes? O que seria interessante para ele presentear-me?
Ele aproximou-se com um envelope de pequeno porte em suas mãos e me disse que estava a 20 dias pensando em tomar uma decisão e que talvez ele estivesse precisando apenas de um “empurrãozinho” e presenteou-me então. Quando abri pude observar que ali se encontrava um pacote de fumo e um cachimbo. Ambos ficamos emocionados, nos abraçamos e eu disse que realmente era um belo presente que ele estava me dando. Ele despediu-se dizendo ainda o seguinte: - Doutor o senhor pode falar o que aconteceu comigo em suas palestras.

3° Caso:
Ao final de uma palestra que realizei, há pouco tempo, sobre a Importancia Material e Espiritual do Trabalho, observei varias pessoas estavam emocionadas, algumas vieram até mim para trocar algumas palavras, parabenizar, agradecer, etc. mas um depoimento espontaneo de uma senhora, quando eu já estava indo embora, tocou-me de maneira mais profunda.
Ela chegou dizendo que minha palestra tinha mudado a vida dela, num primeiro momento pensei que ela estava exagerando ou que até mesmo se tratasse de alguém que não tinha um perfeito equilibrio emocional, mas continuei ouvindo-a. Disse-me mais ou menos com essas palavras: - Doutor eu quase não vim hoje, pois não me sentia em condições de assumir esse concurso, pois fomos aprovados eu e meu marido e nós entramos em processo de separação, como poderia arcar com as responsabilidades do serviço com tanta desestrura dentro de mim. Porém ao longo da palestra de longe via meu marido sendo tocado por suas palavras e ele chorou o tempo todo, pois ele havia sido absorvido pelo trabalho em detrimento da família e tudo o que o senhor falava parecia que era para nós. Ao final da palestra nos reaproximamos e resolvemos dar uma outra chance para nós.

Conclusão:
Tudo o que pensamos tudo o que fazemos tudo que falamos tem uma importância significativa para o outro. Um dia vamos ser cobrados por aquilo que plantamos no mundo. Preocupo-me com as pessoas que tem o dom da oratória, que lidam com o público, com os meios de comunicação de massa, com a mídia em geral e que ao invés de comunicarem coisas construtivas como: conhecimento científico sério e não tendencioso; programas de cunho moral elevado; espiritualidade. Divulgam exatamente o contrário. É claro que não somos todo poderoso, que as pessoas têm o livre arbítrio para mudarem ou não, mas tenho aprendido que uma palavra ou um gesto repleto de fé amor e verdade, na hora certa, pode fazer uma diferença positiva na vida daquele que está com olhos de ver e ouvidos de ouvir e que só precisam de “um empurrãozinho” para mudar sua vida.




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